Postado em 10/03/2023
Antigamente as mulheres eram criadas para fazer um bom casamento, ser uma excelente dona de casa e uma mãe exemplar. Ainda bem que este modelo de criação mudou!
Hoje, as meninas já pensam em uma carreira profissional desde cedo e são incentivadas para isso dentro de casa. Ser independente, fazer uma carreira brilhante, realizar os desejos profissionais, conquistar os melhores cargos e salários, está enraizado na mente das mulheres da atualidade. Casar, ter filhos, também está nos planos, mas não é uma unanimidade. Muitas mulheres abriram mão de um casamento em detrimento da liberdade e da carreira. Algumas ainda abrem mão da carreira em função da casa e cuidar dos filhos. Mas existem aquelas que querem ser completas e dar conta de tudo.
Neste conteúdo vamos falar delas, destas guerreiras que encaram o desafio diário e conciliam a maternidade e a vida profissional.
Depois que passou o período em que as mulheres eram criadas exclusivamente para os deveres domésticos e a maternidade, veio o período em que algumas já se arriscaram na vida profissional fora de casa. Mas era comum muitas delas abandonarem a carreira em detrimento da casa e dos filhos, ou muitas ainda nem iniciaram a vida profissional. Estudavam, mas precisavam optar pelo trabalho ou pelos filhos. A sociedade cobrava ainda muito que, quem tinha a responsabilidade de cuidar dos filhos em período integral, era a mãe. O pai trabalhava fora e era o provedor.
Mas um desejo real destas mulheres sempre foi conseguir equilibrar estes dois universos: ter sucesso na carreira e na vida pessoal. Esta é uma tarefa difícil, mas pensando que a mulher não é a única responsável pelos filhos e que pode sim, contar com a ajuda de uma rede de apoio, pode se realizar em casa e no trabalho. Com planejamento e dedicação, ser mãe e ter uma carreira de sucesso, é uma realização viável e vantajosa.
Mas uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, mostra que, depois de 24 meses da volta do período de licença maternidade, aproximadamente metade das mulheres sai do mercado de trabalho. Além disso, o mesmo estudo revelou que a maioria das demissões ocorre por justa causa e por parte do empregador.
Esta falta de entendimento, sensibilidade ou uma cultura social e empresarial, contribui para que as mulheres saiam do mercado de trabalho e as consequências são as mais diversas. Algumas resolvem ir para a informalidade, geralmente buscando renda com trabalhos que podem ser feitos em casa, sem horário para cumprir, onde conseguem conciliar a maternidade. Outras ainda abandonam totalmente a carreira, assumem o papel de mãe e passam a depender exclusivamente do marido.
A boa notícia é que cada vez é mais natural encontrar mulheres no mercado de trabalho, bem sucedidas, mães felizes com filhos entendendo que é necessário retornar ao trabalho.
Um exemplo disso é a Médica Otorrinolaringologista com subespecialização em Otologia, Paula Tardim Lopes. Ela é formada há 13 anos, atua em São Paulo e tem uma filha de 3 anos. Desde que a filha nasceu, Paula deu uma pausa na carreira por um período de seis meses, durante a licença maternidade.
Paula diz que quando tem algum tempo livre, fica em casa para brincar com a filha, “e procuro fazer as coisas científicas relacionadas ao trabalho depois que ela dorme”. Ela revela ainda ter sorte, pois tem uma boa rede de apoio com sogros e uma babá que ajuda no período em que ela e o marido trabalham.
Mesmo assim, quando a filha não está em período de aula à tarde, Paula e o marido se revezam para poder estar sempre que possível um dos dois de manhã e os dois à noite em casa.
Uma atitude que Paula tomou nos últimos tempos, para ficar mais tempo com a filha, foi abandonar os plantões no hospital em que trabalhava.
Mas ela diz que também suas irmãs a socorrem quando há uma emergência em que ela e o marido precisam ir ao trabalho. “Meus sogros moram em outra cidade, mas sempre que precisamos, eles vêm para nos ajudar. Ainda a babá trabalha turnos variados, e tem dias que ela chega às 6h30 e vai embora mais cedo. Mas são dias que precisamos estar antes no centro cirúrgico, aí precisamos ajustar estes horários”, descreve.
Para compensar o tempo que precisa estar no trabalho, Paula diz que durante o período que fica em casa, se dedica exclusivamente nos cuidados com a filha. Mesmo que haja uma babá, prefere ela mesma cuidar e a maioria das vezes, libera antes a funcionária, para poder ser a mãe também, pois é essencial se presente nos cuidados. “Acho importante que ela se sinta cuidada por mim, pois cuidar também é uma forma de demonstrar amor”, diz.
Entre as coisas que Paula não abre mão de fazer com a filha é buscar na escola, inventar brincadeiras, jantar junto e dar banho. Ela diz ainda que o mais importante não é estar todo o tempo com a criança, mas ter um tempo de qualidade! “Um tempo em que a criança sinta que é voltado para ela, no qual evitamos mídias sociais”.
Ela ainda deixa um recado para as mães que se culpam por não poder estar o tempo todo com os filhos: “algo importante também é que as mães profissionais entendam que ter uma profissão e gostar de sair para trabalhar, é também uma auto valorização que será assim também vista pela criança. Com esta atitude, ensinamos valores para nossos filhos e faz bem para a nossa cabeça nos sentirmos produtivas fora de casa também”, finaliza.
Então, você mãe e profissional, se identificou com este conteúdo? Continue acompanhando nossas informações sempre oportunas para você!
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